O meu castelo de lego, nas mais variadas cores, crescia.
Eu o fiz, logo, engrandecia-me o ego.
Era belo! E eu o amava!
Tenho apreço ao que, feito de lego, é belo.
E construíam - ao meu, paralelo - outro castelo.
Mas faltavam-lhe peças, enquanto lhes sobrava beleza.
Sem apego, doei peças... Vermelho, azul, amarelo...
Não é despacho, eu zelo! Mas anelo, em outrem, possibilidades.
Meu castelo não cresce mais. Mas encontra-se perfeitamente como o deixei. Ainda o admiro.
Admiro, também, o que ajudei a construir, temos um elo. Estou disposto a ver a beleza, ainda que ela não esteja nos meus. Contemplar e sentir-se próximo, exatamente por causar a distância. As peças jamais foram minhas. Eram do castelo.
E eu, o que levo? Nada. Deixo tudo, inclusive o ego.
E meu lego será, eternamente, belo.
É tudo que digo, que alego.