quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Eu hipócrita

Estimados leitores, não repetirei o meu clichê de "eu não sei o que está acontecendo".
Desta vez eu sei e, acreditem, não me importo.
Já é tarde para reclamar, mas desde quando eu sou obediente e lógico?

Posso garantir que o caminho em que sigo está empolgado em me tornar mais frio... Garanto, também, que ele tem feito isto com maestria. Algumas coisas farão falta, eu sei, mas só consigo pensar em mim agora. Serei um pouco mais egoísta do que sempre fui. Agora, como reflexo de pessoas que buscam, sem limites, a felicidade.

Sou pedaço, sou descartável, sou complemento...
Serei inteiro, portanto, pra mim.

Talvez eu esteja errado, mas o novo e espontâneo será, por mim, muito mais valorizado que o velho e programado. Sim, estou tentando DESAPEGAR, não ser dependente e limitado por lembranças.

E a melhor parte: a dor é muito (mas muito) menos da que eu temia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

L'Ego

Peça por peça, por peça, por peça...
O meu castelo de lego, nas mais variadas cores, crescia.
Eu o fiz, logo, engrandecia-me o ego.
Era belo! E eu o amava!

Tenho apreço ao que, feito de lego, é belo.
E construíam - ao meu, paralelo - outro castelo.
Mas faltavam-lhe peças, enquanto lhes sobrava beleza.

Sem apego, doei peças... Vermelho, azul, amarelo...
Não é despacho, eu zelo! Mas anelo, em outrem, possibilidades.

Meu castelo não cresce mais. Mas encontra-se perfeitamente como o deixei. Ainda o admiro.
Admiro, também, o que ajudei a construir, temos um elo. Estou disposto a ver a beleza, ainda que ela não esteja nos meus. Contemplar e sentir-se próximo, exatamente por causar a distância. As peças jamais foram minhas. Eram do castelo.




E eu, o que levo? Nada. Deixo tudo, inclusive o ego.
E meu lego será, eternamente, belo.


É tudo que digo, que alego. 

domingo, 26 de junho de 2011

Uma maçã

Era um broto. Cresceu. Tornou-se maçã. Verde, mas maçã. Amadureceu. Agora, vermelha e desejada.Mas encontrava-se em um galho alto. Inalcançável. Então era só admirada, de longe. Ninguém despertava interesse suficiente pra torná-la alcançável. Desprendeu-se do galho. Migrou em direção ao chão e partiu-se ao encontrá-lo. Ali, dividida, apodreceu. Noutro dia, enquanto pisavam-na, procuravam-a no alto e se lamentavam por não tê-la. Mas, desta vez, não havia mais soluções. E não houve.

Uma maçã, apenas.  

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sim, please.


(...) se você e eu somos amigos, há uma prontidão dentro de nosso relacionamento. Quando nos vemos ou quando estamos separados, há uma prontidão de estarmos juntos, de rirmos e falarmos. Essa prontidão não tem definição concreta: é viva, dinâmica e tudo que emerge do fato de estarmos juntos é um dom único que não é compartilhado com mais ninguém. Mas o que acontece se eu mudar "prontidão" por "expectativa", verbalizada ou não? Subitamente a lei entra no nosso relacionamento. Agora você espera que eu aja de um modo que atenda às suas expectativas. Não tem mais haver com nós dois, mas com que os amigos devem fazer  ou com as responsabilidades de um bom amigo.(...)
Retirado de A Cabana


Um basta naquilo que se estabelece de acordo com uma ordem lógica, com espírito metódico. Falo, aqui, de relacionamentos, sejam eles quais forem. Tenho complicado, eu sei. Mas minha busca é pela simplicidade.
Nota mental: Preocupar somente com o tempo em que se é capaz de viver.



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tratado Abstrato

Agimos certo sem querer

Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...


 Parece ser melhor ancorar-se na certeza de que houve, de fato, o grito que se ouvia.
Ainda que seus pedaços estejam espalhados, sua destruição não está consumada. 
Seus olhos continuaram a refletir a verdade que há em você.


Não é só isso. Tem jeito. 


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Inconstâncias

Não é sobre mentiras. Não é sobre necessidades. Não é sobre cobrança. Não é sobre sombras, tampouco contrário a elas. Não é sobre quem sou e o que penso a meu respeito. Não é sobre aquilo que, de fato, devera ser. Sabe-se sobre o que não é, mas não sobre o que é.
Vai além de abraços, momentos, palavras, promessas...
     Não se trata  de dançar conforme a música e ignorar seus movimentos arrítmicos. Nem de trocar pedaços por algo inteiro. Não é uma busca egoísta por perfeição. A todo tempo fala-se em não seguir regras, quebrar paradigmas. Seguir regras é quebra-las. Contrapor deixa de ser a aberração, mas não é sobre isto também.
     Por hora, acreditar no elo invisível não só resta, como satisfaz. Sentir, de alguma forma, que tudo irá voltar ao  anormal, que a incoerência e os absurdos serão a dose exata para trazer os velhos devaneios... Crer, talvez, na essência que, em essência, é imutável, mas permite-se evolução e implora ação. Ter, de volta, os anseios de ter. Tremer, temer, ter (nesta sequência ilógica e variável).
     Ascender. Mais que crescer e evoluir. Encontrar-se grande, construído de coisas pequenas. Partículas únicas, unidas involuntariamente por um órgão involuntário. Aquele muscular que bombeia o sangue, que bombardeia a alma. Aquele onde muitos moram e, dos seus, fazem moradia.

Por que estar não é ser e o ser é indecifrável. O ser é construído de lembranças, fatos, atos... Enquanto o estar é criado, ainda que superficialmente, de reflexos que nem sempre reproduzem a silhueta perfeita.

Bem como quem o escreve, este não tem foco, nem objetivo. Não lhe faz a mínima diferença se o final justificará os meios, pois não vive pelo fim. Não quer que acabe, portanto não acabará. Porquanto acreditar em algo, fará conforme acredita.
Apático, espera que, ao menos desta vez, suas palavras sejam férteis o suficiente para atrair de volta a chuva salgada que cai dos olhos e umedece seu ombro.

Pode ser que seja sobre reconhecimento...  


quarta-feira, 9 de março de 2011

Ainda assim, é pouco.



O seu sofrimento pode ser justificado.
Você é um tremendo idiota e age como tal.
Nada que você consegue é puro e de verdade e, talvez, quando realmente foi, você subestimou. 
Você não deveria ter se surpreendido. Você sabia. Você entendia. Mas tinha medo. 
E seu medo fez com que você se perdesse.
Agora chore! Sofra! Sinta o que você faz os outros sentirem.
Perceba quão ruim é machucar as pessoas.
Perceba que o seu pedido de perdão de nada adiantará enquanto essa ferida não for cicatrizada.
 E esta cicatriz servirá pra te deixar ciente da maldade que em você habita. 
Você não sabe amar. 
Não negue que está no centro quando, na verdade, é você que faz essa coisa de centro existir. 
Você pode desistir ou dar um tempo.
De imediato, não terá nada. 

Que o seu sofrimento te torne alguém melhor, William. 


Boa sorte.


                              Atenciosamente, Mundo



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sim, eu vou lembrar!

“Eu nunca tive muito, e tudo que tive de muito ou pouco, eu perdi.”


Eu sempre achei que tinha muito. Achava que tinha quase tudo, inclusive. No entanto, percebi que o meu muito, se filtrado, se tornaria pouco.
Hoje percebo que desconhecia o significado de uma amizade. Nestes últimos anos tenho descoberto, pouco a pouco, o que é ter um amigo.
Lembro-me de como era inseguro e vivia fingindo amizades para disfarçar meu sofrimento…
Eu tinha teorias e pessoas para acreditar nelas. Às vezes, eu fingia tão bem que também acreditava. Eu sabia a fórmula da amizade. Eu não sabia o que é amizade.
Eu era destemido. Invejado. Tinha popularidade, opinião e presença. Não havia ‘eu’, havia uma mercadoria a ser vendida.

Por sorte, e jamais por merecimento, conheci alguém que não só se importava comigo, como também com minhas atitudes. Só que, por idiotice (que até hoje me arrependo e choro por ter feito) e por ‘fodãonismo’, machuquei este alguém. Eu teria continuado o monstro que fui se este alguém, que não precisava de mim pra ser feliz, não me quisesse ao seu lado. Eu via superioridade nas suas ações exatamente porque eram puras e, ainda que com o coração partido e com motivos de me odiar pra sempre, veio falar comigo. Eu chorei. E comecei, a partir de então, querer ser como este ser. Eu mudei.


Agora eu não mais me achava o melhor. Muito pelo contrário. Agora eu não era bom o suficiente pra nada e pra ninguém. Talvez eu tenha sido mimado e, por isso, ficava oscilando entre as extremidades do ego. Eu não ouvia ninguém, afinal ninguém entendia o que se passava (e ainda passa) em minha mente. Eu ainda sofria, eu precisava falar, mas falar o quê? E pra quem? O que eu disse eu não sei, mas eu sei muito bem pra quem eu disse. Eu não me recordo também se, de fato, disse algo. Quando alguém te conhece de verdade, sabe o que te aflige ainda que você não diga nada. E foi assim comigo. Meu primeiro, único e sincero desabafo. E, apesar de não conhecer tanto aquele que melhor me conhece, eu confio. Ele tem teorias bem mais convincentes que as minhas. Ele conhece, de verdade e a fundo, uma amizade verdadeira. Eu tinha medo de não saber retribuir até perceber que me importar em retribuir, talvez, fosse suficiente. Eu aprendi.

Eu tinha as teorias, só faltava aplica-las.

À início, aplicava as teorias ditando-as às pessoas. Não funcionava. Eu percebia que as pessoas precisavam crescer e esqueci-me de crescer com elas. Só que a vida, esta danada, me presenteia com alguém com a mente igual à minha (só que com 20 minutos de atraso). Eu estava disposto a melhorar aos outros e então não tive limites nas teorias. Algumas não funcionavam, pois eram tão vazias quanto eu. Já outras, voltavam a mim como atitudes. É, foi isto que eu plantei. Atitudes. Não, calma! “Eu plantei”, não. Nós plantamos. Eu não estava ensinando nada a ninguém, eu estava aprendendo e colocando em prática o que eu já havia aprendido. Eu não mudei ninguém. Se alguém acha que não deve mudar por si mesmo, não deve mudar por ninguém. Você muda quando percebe que pode ‘conquistar um pouco mais de tudo’ através do que você é e, por insegurança, tenha escondido do mundo. Crescer sozinho é muito bom, crescer com aquele que é tido como o ‘increscível’, então, é perfeito. Nós crescemos.

Eu não vivo de sacrifícios, eu vivo de amor, ainda que, às vezes, tenha que me sacrificar.
Eu sei muito bem por quê e por quem eu tenho dispensado amor... Eu não me arrependo.

Hoje eu sei que tenho pouco, mas este pouco que tenho é do tamanho do mundo. E é meu, e ninguém pode me tomar, e eu amo, e é muito.

Sou grato aos meus amigos que, ainda que sem intenção, me tornaram alguém melhor.






@JaiceCris, @DuiliumCastro e @HugooDeleon, não se esqueçam de mim, assim como, na ordem dos acontecimentos, não me esqueço(ci) de vocês.

Não era pra ser meloso, mas eu não consigo. ;)